18.7.08

17.7.08

17.07 four obstructions and a beer

1989 obstruction
(what's the point?)
(the point is the point is. an innuendo)
(ok, let's play)

call it something please obstruction
(what's the point?)
(the point is the point is. the point)
(ok, i'm such a liar)

coma obstruction
(what's the point?)
(the point is the point is. a pattern)
(ok, lets call it dramaturgical)

therapy obstrucion
(what's the point?)
(the point is the point is. curating)
(ok curator)

abscence in me beer
thanks katia

16.7.08

16.07 application form #2

What: Terapia, após 18 anos em coma. Who: (me) Alexandre Sampaio, 18 anos - 36 anos. When: 12 Novembro 1989 - 3 Março 2008. acidente de automóvel. Só me lembro de ser noite, eu vinha com os meus pais, estava deitado no banco de trás no carro, e olhava as estrelas pelo vidro. Depois… acordei e tinham passado 18 anos, assim como se fosse uma noite apenas. Where: Vivíamos em Viseu, fomos passar um fim-de-semana a casa de um primo, em Samora Correia, perto de Vila Franca de Xira. Recordo-me da casa como se fosse hoje, cheia de coisas da anterior inquilina, que o meu primo e os vizinhos diziam que ela tinha abandonado. Não se sabia sequer do paradeiro da senhora, contavam-se histórias, e eu estava fascinado com aqueles objectos: sapatos, roupa, fotografias, relógios, correspondência, agendas pessoais, etc. Então pedi para trazer alguns materiais comigo, queria investigá-los, descobrir alguma coisa. Why: Tenho sido acompanhado por uma equipa de médicos e terapeutas. (O mundo mudou imenso.-transformado pelo post que aqui acompanha) O mundo não mudou muito, os problemas parecem os mesmos. Claro que vejo como a tecnologia vos permite um sem número de possibilidades, é incrível! E é tudo muito rápido, tudo acelerado não é? Mas não me foi difícil habituar, foi como desejar ver o futuro e consegui-lo, excepto pela família e amigos: estamos todos mais velhos e há sempre uma sensação de um vazio na nossa história. Mas acho que tive muita sorte, estou vivo. Por muito estranho que pareça, quando acordei pensei imediatamente no trabalho que havia interrompido, naquela mulher que havia adormecido comigo, e os terapeutas incentivaram-me muito a continuá-lo. Hoje a casa já nem existe: construíram um hotel.

15.7.08

15.07 under punitive observation


application form #1
What: preparação de uma exposição. Who: (me) Alexandre Sampaio, artista. When: após Outubro, após convites e propostas / seleccionado para xxx Where: a definir / seleccionado para xxx. Why: eu vivo em Viseu, mas venho em alguns fins-de-semana a Samora Correia, onde fico numa casa de um grande amigo, professor, que no ano passado ficou lá colocado. Como o ajudei nas mudanças, tive oportunidade de ver a casa no estado de transição. Foi então que descobri fotografias e outros documentos pessoais da anterior inquilina que foram abandonados na casa e até hoje não reclamados. Havia assim uma presença misteriosa em todos aqueles pertences, que me motivou a trabalhar questões de privacidade e identidade, ausência, realidade e ficção, a partir dos materiais de que dispunha: sapatos, roupa, fotografias, relógios, telemóveis, correspondência, agendas pessoais, etc. How: dei-me conta de que, para poder tornar públicos aqueles documentos, teria de os perturbar, de os censurar ou proteger, como preferirem; essa perturbação acabou por subverter a forma e contexto dos materiais a um estado de ausência controlada, pronta a ser usurpada por todos. Sempre que olho para qualquer um destes trabalhos, oiço histórias diferentes.

(Warrior: comercializar... Alex: humm ok, posso pôr as obras no ebay.)

zé dos bois


14.7.08

14.07 skype me (eo16alexandre)


WHAT
WHO

WHEN

WHERE

WHY

HOW

13.7.08

13.07 decision's day

FOR ALL TOMORROW'S PARTIES - I AM AN ARTIST
What surprises me is the fact that, in our society, art has become something that has to do only with objects, rather than individuals, or life... Yet, couldn’t the life of each individual become a work of art? (Michel Foucault)

12.7.08

12.07 explaining the project in one single sentence


THIS PROJECT AIMS AT ATTAINING POWER WHEN DWELLING IN FORMS AND CONTEXTS DEPRIVED FROM THEIR ORIGINAL SIGNS OF PRIVATENESS
(.3)

re.al


As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.
("O mistério das cousas, onde está ele?" Alberto Caeiro)

11.7.08

11.07 live stream - online till the 15th


-----------unboxing---------------------------overview-------------------presentation I

now you see:
1.casa alheia, 2.pertences alheios, 3.pessoas ausentes

1. reabitar? memórias? urbanismo ecológico?
to do: manual de instruções da casa, memorial
ver tb: vim a tua casa... , vou/vens a tua/minha..., ecological reminder I & II

2. propriedade? reciclagem?
to do: parede de caixas/objectos, calendário, lista (interesses/interessados)
ver tb: colecções

3. privacidade & protecção de dados? censura? ausência?
to do: exposição de materiais manipulados
ver tb: lápis azul, código da privacidade, dogma - to be or not to be, para estar mais seguro, para ser mais anónimo, privado

ecological reminder II


Na generalidade, o processo de esvaziar é mais interessante que o procurar estratégias de ocupação dos vazios urbanos. A riqueza do acto em si e a manifestação do vazio acarreta multiplicidades imensas e fomenta a reacção e o reposicionamento do quotidiano na cidade imaginada. Estes «não-monumentos» reformulam subitamente as leis do presente e exigem rapidamente um novo discurso espacial e temporal. Após a perturbação, a permanência destes vazios adquirem uma presença vaga que aglomera o múltiplo. São espaços em dobra, indefinidos, que estão sujeitos a serem apreendidos, ocupados, e usurpados por todos. É talvez o território mais livre e simultaneamente mais político. (...) Quem se aproximou (...) testemunhou a presença de estranhos odores, ruídos e tremores de terra e ouve-se um marejar contínuo de um ribeiro subterrâneo.
(http://overdete.blogspot.com/2007/03/vazio-urbano.html)

ecological reminder I


Squatting is the act of occupying an abandoned or unoccupied space or building that the squatter does not own, rent or otherwise have permission to use. (http://en.wikipedia.org/wiki/Squatting)

15.6.08

vou/vens a tua/minha casa e tu/eu não estás/estou

http://www.gti-home-exchange.com/
http://www.homeexchange.com/
http://www.homebase-hols.com/
http://www.homeforexchange.com/
http://www.homeforswap.com/
http://www.1sthomeexchange.com/
http://www.simplyhomeexchange.com/
http://www.digsville.com/
http://www.ivhe.com/
http://www.intervac.com/
http://www.exchangehomes.com/
http://www.homexchangevacation.com/
http://homeexchanger.blogspot.com/
http://www.thevacationexchange.com/
http://www.homelink.org/ *
...


* “Ten International Principles for a Successful HomeLink Exchange:

1. Describe your home honestly in your listing and in all correspondence. You want your exchange partners to be pleasantly surprised when they arrive, not disappointed. Never hide the existence of pets. 2. Leave your home clean. Standards of cleanliness vary, so make sure that floors are cleaned, refrigerator emptied, oven and hob grease-free, bath and shower free of mould and grime, windows see-through, and surfaces dust-free. No need to repaint the house! 3. Clear away enough of your personal belongings to leave space on shelves and in wardrobes and drawers so that your guests can empty their suitcases, arrange their things in bedrooms and bathrooms and feel at home. 4. Leave at least two sets of clean sheets per bed and two sets of towels per person. 5. Compile a clear, useful "Guide to Your Home and Surroundings". This should include local tourist information, instructions for household and electrical appliances, pet and plant care, details of rubbish collection, etc. Phone numbers of a recommended doctor, dentist, babysitter, good restaurants, and helpful friends are always welcome too. 6. Use our "Home and Car Exchange Agreement" forms to avoid all misunderstandings and clarify who pays what in terms of telephone, electric bills, gas consumption, insurance excesses in case of accidents, and staple foods such as flour, sugar, oil, etc. 7. If arrangements are such that you cannot meet, arrange for a family member, neighbour or friend to come by and welcome your exchange partners when they arrive. They will certainly have questions, and such a welcome will be much appreciated. 8. Leave the makings of a first meal. Nothing fancy, but your guests could be tired and hungry and grateful not to have to go out for dinner. 9. It has become a HomeLink tradition to leave a small gift of welcome: a bottle of wine or champagne, a local speciality. Always a special surprise. 10. Close the door, turn the key, and go off on vacation knowing that your home is in the good hands of another HomeLink member like you.”

13.6.08

privado

a roupa interior. lenços usados. próteses. adormecer. consultar a conta bancária. a mancha. o lixo. comichão. rezar. o gabinete do patrão. preservativos e contraceptivos. o cesto da roupa suja. códigos, passwords e afins. cartas antigas. confessar. tirar macacos do nariz. urinar. defecar. masturbar. foder. a escova de dentes. fazer a barba. fazer a depilação. a doença. a dor. as lágrimas. roubos, mentiras e traições. fetiches. impropérios ao chefe, ao camião à frente, ao funcionário das finanças, ao terrorismo, à ignorância. a nudez. a verdade.

7.6.08

para ser mais anónimo

use óculos escuros e casacos compridos. evite estradas principais. não desenvolva relações. use sempre dinheiro. seja turista e esqueça metade do inglês que sabe. não use telefone, fax e internet. não assine nada ou use um pseudónimo. enterre em local seguro a sua documentação, ou perca-a. alugue casa e mude-se a cada 3 meses. desenvolva um ligeiro estrabismo. deambule propositadamente sem destino. descanse em igrejas ou consultórios médicos. use transportes públicos. vá ao cinema sozinho (e entre quando já começou). seja comedido, discreto, prudente, recatado, criterioso, sensato, modesto, decoroso, despretensioso, moderado, regrado, circunspecto, razoável, mediano, cauteloso, racional e ajuizado mude-se para o Alasca, o Tahiti ou Tóquio e depois regresse.

para estar mais seguro

feche todas as portas. use cadeados, passwords. cumpra o código da estrada. mantenha tudo limpo e desinfectado. não divulgue informações pessoais. certifique-se da validade de produtos e serviços. use preservativo, duplo. planeie a vida com a antecedência necessária. não transporte dinheiro. não perca o emprego. filtre a água. use máscara de protecção. peça direcções. dê gorjeta ao arrumador. compre casa num condomínio fechado, com porteiro. nade apenas com bandeira verde. aperte os atacadores. tenha a polícia por perto. aponte tudo. decore, não aponte nada. use entradas principais. leia as instruções. evite becos escuros. apague a lareira antes de dormir. compre bilhetes "lá mais para trás". veja-se ao espelho antes de sair de casa volte atrás para confirmar se fechou todas as portas.

1.6.08

DOGMA - to be or not to be


hall of boxes vs hall of shoes

29.3.08

artist meets curator II


Lisboa, Vortex, 29 de Março de 2008

29.2.08

código da privacidade


"(…) No antigo mundo rural, por força da difícil mobilidade e da pequena dimensão dos aglomerados, as pessoas conheciam-se todas umas às outras, sabiam tudo uns sobre os outros: a necessidade de privacidade, de reserva da vida privada, não encontrava aí lugar. As pessoas estavam em condições de avaliar da exactidão das informações que circulavam: mais cedo ou mais tarde, se fosse caso disso, a verdade seria apurada e restabelecida. Foi a facilidade dos transportes e a formação de grandes aglomerados urbanos que trouxeram consigo o sentimento da necessidade de respeito pela vida privada, problema que se foi tornando mais presente na exacta medida em que as grandes cidades foram crescendo: as pessoas deixaram de saber quem são uns e quem são outros. (…) [A]s inovações na forma de comunicar (…) vieram a emprestar premência ao desejo de privacidade, na medida em que a informação sobre a vida das pessoas tinha encontrado um veículo privilegiado para a sua rápida e extensiva difusão: a comunicação social. (…) [P]assou a ser fácil destruir a reputação de uma pessoa ou lançar na praça pública os pormenores mais íntimos da sua vida privada. Foi preciso chegarmos a 1948 para que, pela primeira vez, um instrumento jurídico, ainda que não vinculativo, consagrasse o direito ao respeito pela vida privada: a Declaração Universal dos Direitos do Homem. (…) O primeiro instrumento jurídico vinculativo veio a surgir (…) em (…) 1950, [na] Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que no nº1 do seu artigo 8º afirma que “toda a pessoa tem direito ao respeito da sua vida privada e familiar, do seu domicílio e da sua correspondência”. (…) [C]om o desenvolvimento e difusão das tecnologias da informação, com particular relevo para as grandes bases de dados pessoais (…), para a Internet e para a vigilância electrónica. Esta última é, em nome da segurança. Efectuada tanto por câmaras de vídeo como por detectores de som, tanto por sensores de consumo de fluidos no interior dos lares – água, electricidade ou gás – como pela conservação e intercepção de comunicações, ou ainda até pela localização de pessoas ou veículos, através do GPS (Global Positioning System). (…) A nossa Constituição, a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, as directivas comunitárias e variada legislação avulsa (…), bem se esforçam por confirmar a protecção da privacidade e dos dados pessoais como um direito fundamental."

J. de Seabra Lopes (Prefácio)

29.1.08

lápis azul